10 semelhanças entre os modos petista e republicano de governar

PT e GOP - as semelhanças não são simples coincidênciashttp://www.2beal.org/comunidade/.

 

1.         Escuta telefônica sem autorização judicial

GOP/BUSH II: Ações do Department of Homeland Security em conluio com as companhias telefônicas.

PT/LULA: Ações da Policia Federal em conluio com ABIN (Agência Brasileira de Inteligência).

 

2.         Transferência de responsabilidades

GOP/BUSH II: Guardas de Abu Ghraib.

PT/LULA: Waldomiro Diniz, Delúbio Soares e José Aparecido.

 

3.         Ocultação de documentos

GOP/BUSH II: Arquivos do Gabinete do Vice-Presidente.

PT/LULA: Compras feitas com cartões corporativos pela Presidência da República.

 

4.         Transferência para os adversários da responsabilidade pela aprovação de políticas de governo julgadas impopulares

GOP/BUSH II: Votação do Emergency Economic Stabilization Act of 2008 na Câmara dos Deputados.

PT/LULA: Reforma da previdência de 2003, simplificação do art. 192 da Constituição Federal e nova lei de falências.

 

5.         Conformação das normas conforme os negócios visados e não o contrário

GOP/BUSH II: Reuniões secretas do National Energy Policy Development Group, de 2001, com executivos da Shell, Esso, Enron, Conoco e BP.

PT/LULA: Fusão Oi-BrasilTelecom.

 

6.         Ocupação da máquina pública por quadros desqualificados

GOP/BUSH II: Designação de Joe Allbaugh para dirigir a FEMA (Federal Emergency Management Agency).

PT/LULA: Designação de Jamil Haddad para a dirigir o INCA (Instituto Nacional do Câncer).

 

7.         Demissões por motivos políticos

GOP/BUSH II: 7 Procuradores do Departamento da Justiça, na gestão de Alberto Gonzales.

PT/LULA: Luiz Guilherme Schymura, Presidente da Anatel.

 

8.         Leniência com aliados suspeitos/condenados

GOP/BUSH II: I. Lewis Libby Jr., Karl Rove e Dick Cheney no caso “Valerie Plame”.

PT/LULA: Mensalão, dossiês Serra e FHC, quebra do sigilo do caseiro, etc.

 

9.         Terceirização da política externa

GOP/BUSH II: Atuação do IRI (International Republican Institute) no Haiti.*

PT/LULA: Proeminência de Marco Aurélio Garcia nos assuntos sul americanos.

 

10.     Existência de motivos para o impeachment do Presidente

GOP/BUSH II: Abuso de poder, faltar com a verdade e violação dos direitos humanos e da Convenção de Genebra.

PT/LULA: Corrupção, evasão de divisas e violação da lei eleitoral.

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Caso Lindemberg/Eloá: momento de reflexão social



O último dramalhão público e real que tomou conta dos noticiários nos últimos tempos é o sequestro de 2 meninas de 15 anos por um desesperado e "apaixonado" namorado de uma delas. O caso Lindemberg e Eloá: o crime justifica o amor; tem uma sonoridade patética e vazia. Transparece nossa leviendade sobre o que de fato importa para a manutenção da harmonia social e a convivência comunitária.

Para qualquer policial experiente, perguntariamos: como resolver aquela situação? Há um procedimento padrão? Sim, ele responderia. A primeira parte é a negociação ao se perceber que há grandes chances na proteção das vítimas ou a baixa possibilidade de invasão e domínio dos meliantes. NEGOCIAÇÃO: negar o ócio, mas na prática, troca de objetos e/ou serviços em busca de benefícios mútuos. Em um segundo momento onde se prolonga demais o stress do cárcere (lê-se a palavra tempo). Aplica-se a estratégia invasiva e imobilizante no qual a PRIORIDADE é a vida e ilesão da vítimas e NÃO do sequestrador. Foi isso que vemos?


O que eu vi, e declino se observei de forma errônea, foi um despreparo generalizado. Mais de 100 horas se submetendo as vontades do bandido! Qual é a razão? Os malditos "direitos humanos" que no Brasil protegem os agressores e expõem os cidadãos? No final uma das vítimas praticamente "morta", a outra ferida (com provável sequelas para o resto de sua existência) e o garotão desviado ileso sob a tutela de documentos emitidos por uma promotoria do estado que garante a vida e a salubridade do AGRESSOR.


Em países desenvolvidos, a base da estratégia de segurança é o combate direto ao crime com severas PUNIÇÕES aos desviados, e a proteção ao indivíduo que se conduz sob os limites da lei. Aqui, como uma das forças de desordem e sentimentalismo tolo latino americano, protegemos e, até mesmo, cultuamos bandidos.


Que o caso Lindemberg e Eloá sirva mais uma vez como oportunidade a reflexão social de que estamos seguindo falsos valores e princípios para nortear a sociedade brasileira.

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Governos populistas: como prender porcos selvagens

Algo me diz que em nosso afã de liberdade, sonho ou história latino-americana; sempre caímos nas mãos dos falsos heróis que se comportam como aqueles que vão nos prender e tolir nossa maior conquista humana: a liberdade.


Como Prender Porco Salvagem
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Bons negócios: vem o governo estraga tudo


Alô? Quem tá falando?
- Aqui é o ladrão.
- Desculpe, a telefonista deve ter se enganado, eu não queria falar com o dono do banco. Tem algum funcionário aí?
- Não, os funcionário tá tudo refém.
- Há, eu entendo. Afinal,
eles trabalham quatorze horas por dia, ganham um salário ridículo,
vivem levando esporro, mas não pedem demissão porque não encontram outro emprego, né? Vida difícil... mas será que eu não poderia dar uma palavrinha com um deles?
- Impossível. Eles tá tudo amordaçado.
- Foi o que pensei. Gestão moderna, né? Se fizerem qualquer crítica, vão pro olho da rua. Não haverá, então, algum chefe por aí?
- Claro que não mermão. Quanta inguinorânça! O chefe tá na cadeia, que é o lugar mais seguro pra se comandar assalto!
- Bom... Sabe o que que é? Eu tenho uma conta...
- Tamo levando tudo, ô bacana. O saldo da tua conta é zero!
- Não, isso eu já sabia. Eu sou professor! O que eu queria mesmo era uma informação sobre juro.
- Companheiro, eu sou um ladrão pé-de-chinelo. Meu negócio é pequeno.
Assalto a banco, vez ou outra um seqüestro. Pra saber de juro é melhor tu ligá pra Brasília.
- Sei, sei. O senhor ta na
informalidade, né? Também, com o preço que tão cobrando por um voto
hoje em dia... mas, será que não podia fazer
um favor pra mim? É que eu atrasei o pagamento do cartão e queria saber quanto vou pagar de taxa.
- Tu tá pensando que eu tô brincando? Isso é um assalto!
- Longe de mim pensar que
o senhor está de brincadeira! Que é um assalto eu sei perfeitamente;
ninguém no mundo cobra os juros que cobram no Brasil. Mas queria saber o número preciso: seis por cento, sete por cento?
- Eu acho que tu não tá entendendo, ô mané. Sou assaltante. Trabalho na base da intimidação e da chantagem, saca?
- Ah, já tava esperando. Você vai querer vender um seguro de vida ou um título de capitalização, né?
- Não...já falei...eu sou... Peraí bacana... hoje eu tô bonzinho e vou quebrar o teu galho.


(um minuto depois)


- Alô? O sujeito aqui tá dizendo que é oito por cento ao mês.
- Puxa, que incrível!
- Incrive por que? Tu achava que era menos?
- Não, achava que era mais
ou menos isso mesmo. Tô impressionado é que, pela primeira vez na vida,
eu consegui obter uma informação de uma empresa prestadora de serviço pelo telefone em menos de meia hora e sem ouvir 'Pour Elise'.
- Quer saber? Fui com a
tua cara. Acabei de dar umas bordoadas no gerente e ele falou que vai
te dar um desconto. Só vai te cobrar quatro por cento, tá ligado?
- Não acredito! E eu não vou ter que comprar nenhum produto do banco?
- Nadica de nada, já ta tudo acertado!
- Muito obrigado, meu senhor. Nunca fui tratado dessa...
(De repente, ouvem-se tiros, gritos)
- Ih, sujou! Puliça!
- Polícia? Que polícia? Alô? Alô?
(sinal de ocupado)
- Droga! Maldito Estado: quando o negócio começa a funcionar, entra o Governo e suja tudo!


Luís Fernando Veríssimo
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Nova classe média, velha ignorância


Celebremos a pesquisa divulgada pela FGV no começo de agosto: diminuiu o número de pobres e a classe média brasileira cresceu, representando mais da metade da população (51,89%). Os critérios são confusos e a faixa de renda dessa Classe C, elástica: famílias com renda domiciliar total entre R$ 1.064,00 e R$ 4.591,00. Mas fiquemos com a manchete: somos um país de classe média, não mais um país de miseráveis, e afora uma ou outra imprecisão estatística, é de se comemorar principalmente pela tendência a médio prazo.
Para os que lidam com a cultura, entretanto, uma pergunta se impõe: o que significa para a cultura esse aumento da classe média? E a constatação é aterradora: nossa classe média é pobre, culturalmente muito pobre. Não vai ao cinema, não compra nem lê livros, não freqüenta museus.
Para explicar um pouco melhor essa conclusão, irei comparar os resultados da pesquisa da FGV, amplamente divulgados pela mídia, com dados publicados pelo jornalista Carlos Scomazzon em sua coluna do portal Artistas Gaúchos, "Afinal, quem tem acesso à cultura no Brasil?".
Scomazzon destaca que, de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE no ano passado, os 10% mais ricos do Brasil são responsáveis por cerca de 40% de todo o consumo cultural no país. Ainda segundo a mesma pesquisa, apenas 7,3% dos municípios possuem cinemas e 18,8% das cidades têm teatros ou casas de espetáculo, menos de 10% dos brasileiros vão pelo menos uma vez por ano ao cinema, e aqueles que freqüentam as salas com mais regularidade não chegam a totalizar 5%, sendo que 87% dos brasileiros nunca foram ao cinema ver um filme. Outro dado estarrecedor é que 90% dos municípios não têm equipamentos culturais, e 92% da população nunca entrou em um museu.
Já uma pesquisa de Gasto e Consumo das Famílias Brasileiras Contemporâneas, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que as dificuldades de acesso da população à cultura consta em primeiro lugar entre os fatores causadores de desigualdades entre os brasileiros, seguido pelo acesso à educação. As famílias com maior poder econômico, diz o estudo, gastam 30% a mais com educação do que as mais pobres e, desta forma, têm acesso mais fácil à cultura.
O jornalista ainda esmiúça os dados que se referem à leitura entre a população brasileira, a partir de pesquisa encomendada pelo Instituto Pró-Livro ao Ibope Inteligência. Segundo a pesquisa, o brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano, mas quando contabilizada apenas a leitura feita por pessoas que não estão mais na escola, a conta fica em 1,3 livro por ano. Já a média de livros comprados pelos brasileiros fica em 1,1 livro por ano.
Sei que os dados assim condensados e expostos podem cansar e confundir, mas vamos agora comparar os números trazidos pelo texto de Scomazzon com a pesquisa da FGV. Segundo esta pesquisa, as classes A e B representam 15,52% da população brasileira, a classe C representa 51,89% e as classes D e E 32,59%. Agora, se 87% dos brasileiros nunca foram ao cinema ver um filme e 92% da população nunca entrou em um museu, significa, a grosso modo, que o equivalente às classes C, D e E inteiras e parte da classe B nunca foram ao cinema ou ao museu!
Desculpe o ponto de exclamação e a matemática grosseira, mas esse número apenas representa e sintetiza o que fica do cruzamento das pesquisas, algo que percebemos no dia-a-dia: nossa classe média ainda é culturalmente muito pobre. Não por acaso a enorme audiência das novelas globais e dos BBBs (inclusive na TV a cabo), não por acaso o sucesso da música "Créu", não por acaso o clipe da "Dança do Quadrado" no YouTube tem mais de 10 milhões de views! Não venham me dizer que são os pobres os consumidores dessa chamada cultura de massa, de gosto duvidoso. De forma alguma, são pessoas com casa, computador, às vezes TV a cabo.
Na coluna de Carlos Scomazzon, sua preocupação maior é mostrar que a grande maioria da população não tem acesso à cultura, mas eu iria mais além: essa população não tem acesso à educação satisfatória e, em conseqüência, não tem acesso à cultura ou simplesmente não valoriza a cultura. Porque se é verdade que um show de Caetano, Djavan ou Gil mesmo com leis de incentivo têm preços proibitivos (acima de R$ 100,00, ou seja, quase 10% de toda renda familiar dessa "nova classe C"), também é verdade que diversas atividades são oferecidas gratuitamente: há livros à venda por preço de xerox nos sebos, músicos que disputam espaço nos restaurantes da cidade, exposições com visitação aberta na maioria das capitais, sites e programas de TV voltados à cultura e não apenas ao entretenimento. Mas esse público, a classe média pobre culturalmente, começa por não perceber valor na produção artística local, prefere uma vez por ano assistir o ator global no teatro do que 10 vezes ao longo do mesmo ano descobrir as melhores peças de seus conterrâneos, levar filhos, amigos.
Verdade que é mais fácil em cinco anos aumentar o salário de um trabalhador em R$ 500,00, o que o colocaria entre essa "nova classe C", do que fazê-lo deixar a novela da noite ou o futebol do domingo para ir a uma peça gratuita de teatro universitário ou a uma recém-inaugurada biblioteca. Mas espero que o país como um todo compreenda que uma coisa é tão importante quanto a outra.
Os Titãs já cantavam "a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte". E ainda que se concorde que num primeiro momento o importante seja saciar a fome, a falta de moradia, de higiene, não se pode imaginar que um país será melhor simplesmente porque sua população ganha um pouco mais. Pierre Bourdieu, filósofo francês contemporâneo, tem um conceito muito interessante a esse respeito, o do capital simbólico.
Segundo Bourdieu, a posse do capital econômico confere, aos que o possuem, poder sobre os desprovidos, mas é pelo controle do capital simbólico que os dominantes impõem aos dominados seu arbitrário cultural, as hierarquias, as relações de dominação, fazendo-os percebê-las como legítimas. O capital cultural seria um desses capitais simbólicos, o que nos permite entender por que a mobilidade social a partir da classe C é tão mais difícil: ela não envolve apenas a capacidade de ganhar dinheiro, mas também o conhecimento de mundo que será fundamental para a consolidação das relações sociais.
Dessa forma, devemos comemorar, sim, a maioria "Classe C", mas como professores, jornalistas, escritores, artistas, precisamos criar nessa população o hábito de consumir uma cultura plural, de valorizar a produção artística mais genuína, e não ficar restrita à TV aberta, aos hits do YouTube ou aos blockbusters hollywoodianos. Se é verdade que o brasileiro, em média, compra apenas um livro por ano e vai uma vez por ano ao cinema, o grande desafio de cada escritor, músico, ator, cineasta não é superar outro escritor, músico, ator, cineasta, é aumentar essa média para um e meio, dois, três por ano.
Para terminar, deixo um pensamento de Daniel Pennac que sintetiza qual deve ser nosso papel já que não temos, individualmente, forças para mudar a cultura mass media de nossa sociedade: "o dever de educar consiste, no fundo, no ensinar as crianças a ler, iniciando-as na Literatura, fornecendo-lhes meios de julgar livremente se elas sentem ou não a 'necessidade de livros'. Porque, se podemos admitir que um indivíduo rejeite a leitura, é intolerável que ele seja rejeitado por ela".
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Confiança: extinção do cimentante social

Uma comunidade, sociedade ou civilização, precisa de mínimos patamares de confiança para se compreender como um conjunto humano. Mesmo com os desvios de violência ou a propulsão coletiva da competição, é na confiança que se estabelece padrões mínimos para o desenvolvimento do senso de irmandade ou sobrevivência ante a um conjunto de seres que vivem em um ambiente.


Nossas bases de confiança são-ou eram!- os padres (pedófilos), os pais (assassinos), os idealistas (ver reportagem abaixo), os professores (racistas ou xenófobo - ver diretor da faculdade de medicina da UFBA).


Não é generalização diante a milhares de religiosos sérios e que amam seu "rebanho"; milhões de pais que dariam a vida pelos seus filhos- e não as retirariam pelo simples orgulho doentio; aos idealistas e professores que gostariam de levar a sociedade a plenitude de conhecimento e liberdade. Será a mídia a detentora da deturpação de nossas referências de confiança?


Há um sentimento estranho, que não povoava nossa mente a poucos anos. Não podíamos confiar em muita gente mas haviam seres humanos acima de qualquer suspeita. Eram nossas referências. O que gostaríamos de ser. Ainda acho que eles existem...

SERÁ QUE ELE PERDE A FORÇA? (Revista Época de 05 de maio de 2008)


Paulo Pereira da Silva começou a vida como jogador de futebol. Era meio-campista no time juvenil do Londrina, clube do interior paranaense. Trocou os campos de futebol pelos palanques dos sindicatos no começo dos anos 80. Primeiro, virou o Paulinho da Força Sindical, a segunda maior liga de sindicatos do Brasil, com mais de 3 milhões de trabalhadores representados. Em seguida, com o voto desse público, elegeu-se deputado federal pelo PDT, em 2006. Hoje, é um dos políticos com maior poder e cargos na máquina federal.
Os colegas de Paulinho no Congresso Nacional brigam para ter um ou outro cargo no governo? Pois ele controla o Ministério do Trabalho. O sonho de todo político é ter influência sobre a aplicação de dinheiro público? Paulinho tem dois homens de seu grupo de confiança instalados em dois dos maiores cofres estatais do país: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES, R$ 80 bilhões para emprestar neste ano) e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT, R$ 139 bilhões de patrimônio). Seu próximo alvo seria a Prefeitura de São Paulo. Seria. O sucesso de Paulinho agora parece seriamente ameaçado por sua própria ambição.
Há duas semanas, a Polícia Federal prendeu uma quadrilha acusada de exploração de prostituição e de fraudes em empréstimos no BNDES. De acordo com a PF, os integrantes do esquema procuravam políticos e empresários para oferecer acesso privilegiado a empréstimos do BNDES. Pelo suposto favorecimento, ficavam com 2% a 4% do financiamento. Paulinho não é acusado diretamente pela polícia. Mas, entre os presos, estão seu advogado, Ricardo Tosto, e seus assessores João Pedro Moura e Wilson de Barros Corsani Júnior. Em conversas telefônicas gravadas pela PF, Moura, Corsani e outros suspeitos mencionam o nome de Paulinho como uma das pessoas que receberiam parte da divisão da propina.
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Nossas Crianças: reflexo de nossa incompetência governamental


Um terço dos estudantes de 4ª série sabe o equivalente a um aluno da 1ª
Ministério da Educação elabora parâmetros inéditos para dizer o que se deve esperar da criança em cada fase escolar

Lisandra Paraguassú, BRASÍLIA


Um terço das crianças brasileiras matriculadas na 4ª série do ensino fundamental não sabe nem sequer o que deveriam ter aprendido ao final do 1º ano de escola. A conclusão, desta vez, é oficial, e parte de um estudo ainda inédito preparado pelo Instituto de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação, e obtido com exclusividade pelo Estado. Pela primeira vez, o ministério criou parâmetros para dizer objetivamente o que um aluno deve saber em cada nível de escolaridade. A conclusão é que as crianças vão à escola, mas isso está longe de significar que estão aprendendo. A base do estudo são os resultados da chamada Provinha Brasil, a primeira avaliação de alfabetização feita no País, que começa a ser repassada para os Estados neste mês. Para poder dizer a cada Secretaria de Educação se seus alunos sabem o que deveriam saber ao final da alfabetização, foi criada uma escala com cinco níveis. O quarto nível, em que um estudante deve ser capaz de ler textos curtos com vocabulário comum na escola, foi considerado pelo Inep como o ideal para um menino de, normalmente, 8 anos que esteja terminando a 1ª série primária - ou o 2º ano, na nova metodologia do ensino fundamental de nove anos. A comparação dessa escala com a do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) - a avaliação da 4ª e 8ª séries do fundamental e 3º ano do ensino médio, feita a cada dois anos - mostra que esse quarto nível corresponde de forma muito aproximada à pontuação de 125 a 150. Porém, na 4ª série (ou, agora, o 5º ano do fundamental), um terço dos estudantes brasileiros avaliados em 2005 não passou desse nível. Se forem consideradas apenas as escolas públicas - descontadas as federais, que costumam puxar as notas para cima -, esse índice ainda fica um pouco pior: 33,3%. Nas redes municipais chega a 35%. São crianças terminando a 4ª série, prestes a entrar em um mundo escolar ainda mais complexo, e que não conseguem entender o enunciado de uma questão ou mesmo uma historinha mais longa. E essa realidade fica ainda pior quando se olham as diferenças regionais. Mesmo com melhorias recentes, o Nordeste ainda mantém os piores indicadores: metade das crianças de 4ª série tem nível de 1ª. No Rio Grande do Norte, quase 60% estão nessa situação. Mesmo em São Paulo, o Estado mais rico do País, são 28,7% dos estudantes. A escala preparada pelo Inep ainda permite calcular qual seria a pontuação ideal de um estudante da 4ª série/5º ano do fundamental: entre 200 e 210 pontos, seguindo a progressão natural do aprendizado.
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Nosso sistema democrático é evoluído; nossos políticos: pré-históricos


Ao ler a reportagem muito didática sobre o sistema eleitoral americano, nota-se que a questão da representabilidade vista na democracia brasileira é mais justa e correlata ao desejo popular, em relação a vista pelo centro da "liberdade" mundial: Os Estados Unidos da América.
Não nego que admiro em vários pontos a evolução do povo americanos- me imunizando com o discurso latino americano de povo coitado e reprimido- mas que nosso sistema eleitoral é bem mais evoluido, não há discussão (ver reportagem abaixo).

Deste ponto, mais uma vez nossa corja política não honra nossa histórica de liberdade individual e de vocação democrática correta. Do que adianta um dos, se não o melhor sistema eleitoral do Mundo, se não possuímos pessoas honestas para ocupar as esferas de ocupação pública por cargos eleitos ou concursados.


PS- A regra não é geral, mas a maior parte forma a imagem da inutilidade da máquina pública.


Entenda o processo eleitoral dos EUA que irá levar um pré-candidato até a Casa Branca
Edilson Saçashimade São Paulo





Os Estados Unidos irão conhecer o seu novo presidente no próximo dia 4 de novembro. Porém, até essa data o futuro inquilino da Casa Branca terá de percorrer um longo e tortuoso caminho. O processo eleitoral americano possui particularidades que tornam acirrada a disputa pelo cargo político mais influente do mundo. As dificuldades se apresentam desde o momento em que um político tenta ser o candidato indicado pelo seu partido para disputar a presidência dos EUA.1º etapa: escolha do candidatoPode-se afirmar que a corrida presidencial foi oficialmente iniciada no dia 3 de janeiro. Nessa data, o Estado de Iowa escolheu o seu pré-candidato preferido para disputar a vaga de candidato presidencial pelo Partido Democrata e pelo Partido Republicano. Nos próximos meses, todos os Estados americanos repetirão esse processo de "peneira".


A CORRIDA PRESIDENCIAL

1. Cada partido faz seus caucus ou primárias, conforme a lei local, em todos os 50 Estados
2. O pré-candidato vencedor terá um determinado número de delegados na convenção nacional do partido
3. Na convenção nacional, é escolhido candidato aquele que obtiver o maior número de votos de delegados
4. Candidatos republicano e democrata fazem campanha
5. A votação ocorre em 4 de novembro
6. Cada Estado tem um determinado número de delegados para o colégio eleitoral. O candidato vitorioso no Estado leva os votos de todos os delegados
7. É eleito presidente dos EUA aquele que obtiver maior número de votos no colégio eleitoral, ou seja, maior número de votos dos delegados


Nessa primeira fase, cada um dos 50 Estados participa do processo de escolha do candidato do partido, seja ele Democrata ou Republicano. É nesse momento que o processo eleitoral americano mostra algumas de suas particularidades, pois a forma com que os eleitores elegem seu político preferido difere de um Estado para outro. Isso se deve ao fato da escolha respeitar à legislação eleitoral local. É uma lei estadual, por exemplo, que estipula que New Hampshire, que ostenta o status de "primeiro da nação", seja o primeiro a realizar uma primária no país. Iowa, por sua vez, conta com uma lei estadual que estipula que seja o primeiro Estado a ter qualquer tipo de votação no país. Por isso, foi em Iowa que a corrida presidencial teve início, não com uma primária, mas com um caucus.Aqui podemos notar as duas formas que os americanos adotaram para escolher o seu candidato partidário: o caucus e as primárias.O caucus pode ser definido como assembléia de eleitores. Eles se reúnem em determinados locais (casas, escolas, igrejas, edifícios públicos, por exemplo), que são os distritos eleitorais cadastrados, onde discutem os candidatos e suas propostas.No Partido Republicano, o caucus é decidido através do voto informal (levantando a mão, por exemplo). Sai vitorioso o presidenciável com maior número de votos.


HILLARY À BEIRA DO CHORO

As pressões da disputa partidária democrata, na qual o favoritismo de Hillary Clinton se vê cada vez mais ameaçado pelo senador Barack Obama, provocaram uma rara exibição de lágrimas da ex-primeira-dama ontem. Sem conseguir evitar a voz embargada e com os olhos visivelmente úmidos, ela falou publicamente sobre a dificuldade em manter o controle das emoções durante a campanha.


No Partido Democrata, o processo é mais complexo. Para permanecer na disputa, cada pré-candidato deve obter pelo menos 15% dos votos em cada um dos distritos eleitorais cadastrados.Por exemplo, imaginemos uma determinada casa como um distrito eleitoral democrata. Nesta casa, cada cômodo representaria um pré-candidato. No momento da votação, os eleitores se dirigiriam ao cômodo do político de sua escolha. O cômodo que tivesse menos de 15% dos eleitores desse distrito significa que este candidato é "inviável".Os eleitores desse candidato inviável deverão, então, se encaminhar para o cômodo de algum outro pré-candidato considerado viável. Após esse novo reagrupamento é determinado o pré-candidato vencedor.Diz-se pré-candidato vencedor, mas de uma forma indireta, pois o que ocorre é que dos distritos eleitorais saem os delegados que irão votar nas convenções dos condados. E nessas convenções, são eleitos outros delegados que irão votar nas convenções estaduais, de onde sairão os delegados nacionais.Ou seja, escolhe-se indiretamente o candidato. Vota-se inicialmente não no candidato, mas em um "representante" que levará o voto em determinado candidato até a convenção nacional. É hábito usar a metáfora da corrida para a disputa eleitoral. No caso dos EUA, poderíamos comparar com a prova do revezamento, em que cada corredor (delegado) entrega o bastão (o voto em determinado candidato) ao próximo corredor. Neste caso, quem receberia a medalha de ouro (a candidatura presidencial), não seria o primeiro corredor a cruzar a linha de chegada, mas o bastão...O processo de escolha conhecido como primárias pode ser definido como uma eleição interna dos partidos. Também aqui cada Estado apresenta suas particularidades. Por exemplo, pela lei estadual pode ficar estipulado que as eleições podem ser realizadas com a participação do cidadão comum ou com apenas os filiados do partido.Novamente, o eleitor irá determinar o pré-candidato vencedor de forma indireta, ou seja, elegem-se os delegados que vão votar no político preferido na convenção nacional do partido. O político terá um número de delegados proporcional ao número de votos recebidos. Por exemplo, o vencedor das primárias de um Estado terá maior número de delegados desse Estado na convenção nacional do partido.Ultrapassado essa primeira etapa em todos os 50 Estados dos EUA, é realizada a convenção nacional de cada partido. O Partido Democrata deve realizar sua convenção nacional em Denver entre os dias 25 e 28 de agosto. Os republicanos realizam a sua convenção nacional entre os dias 1º e 4 de setembro.Nessas convenções se reúnem todos os delegados eleitos ao longo do processo desenvolvido até o momento. Nessa fase, já é possível saber quem será o candidato presidencial. De certa forma, a convenção nacional "oficializa" quem prosseguirá na disputa presidencial.2ª fase: escolha do presidenteCom os candidatos de cada partido definidos (pode ocorrer da disputa presidencial contar com candidatos independentes), começa a etapa final da corrida presidencial.Nessa fase, há o confronto direto entre os dois candidatos, com debates, intensa campanha publicitária e o tradicional "corpo a corpo" em cada Estado.No dia 4 de novembro, os americanos vão às urnas e escolhem o novo presidente. Como na fase anterior, a escolha é "indireta". Ou seja, eles elegem delegados que vão formar um colégio eleitoral. É como se os cidadãos elegessem os "eleitores" de um candidato. Cada delegado mostra-se comprometido com um candidato. Assim, o cidadão de um Estado que quer votar no presidenciável X, irá votar para que o delegado comprometido com o candidato X possa levar o voto até o colégio eleitoral.Há ainda uma outra peculiaridade. Cada um dos Estados conta com um determinado número de delegados que poderão participar do colégio eleitoral. Esse número varia de acordo com o tamanho da população.O candidato que vencer em um Estado leva todos os delegados desse Estado para o colégio eleitoral.Imaginemos um exemplo. O Estado A pode enviar 31 delegados para o colégio eleitoral. Nesse Estado, o candidato X venceu com 50,1% dos votos dos cidadãos, contra 49,9% dos votos do candidato Y. No colégio eleitoral, o candidato X terá os votos de todos os 31 delegados desse Estado.Já o Estado B responde por 30 delegados no colégio eleitoral. Aqui, o candidato Y venceu com 85% dos votos populares contra 15% dos votos para o candidato X. O candidato Y leva todos os 30 votos.No resultado final, o eleito foi X, com 31 delegados contra 30 do adversário, mesmo que seja possível que o candidato Y tenha mais votos populares. De certa forma, foi isso que ocorreu em 2000, quando George W. Bush foi eleito, mesmo com menos votos que Al Gore
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A reportagem abaixo demonstra, com mais formalismo científico, o que já sabíamos no empirismo prático dos que pensam a sociedade. O investimento em educação não ocorre em curto prazo e nem tão pouco em faixas-etárias ou classes específicas.
O fenômeno da educação deve ser pleno, holístico e processual em décadas seguidas. Nossos governantes poderiam aprender um pouco mais com o Nobel de Economia, James Heckman.












Valor Econômico, 22/02/2008

Políticas públicas para as crianças têm maior retorno social


Naércio Menezes Filho

Numa época de grandes novidades na área de políticas públicas, precisamos compreender como se desenvolve o processo de aprendizado das pessoas, para que possamos entender melhor os efeitos das políticas sociais e aperfeiçoá-las com base neste conhecimento, para que a sociedade tenha o maior retorno possível. Para isto, é necessário entender como se desenvolve o processo de formação das habilidades, quais as implicações disto para as políticas públicas e procurar evidências para o caso brasileiro.

Estamos avançando rapidamente no entendimento de como se dá o processo de formação das habilidades nas pessoas. Um dos responsáveis pela sistematização do conhecimento nesta área entre os economistas é James Heckman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia e um dos mais respeitados economistas vivos. Em um artigo recente com outros três economistas (Cunha, Lochner e Masterov), Heckman faz uma ampla revisão da literatura científica nesta área, que é muito útil para que possamos entender os resultados das políticas públicas na área de educação e de qualificação dos trabalhadores ("Interpreting the Evidence on Life Cycle Skill Formation", Handbook of the Economics of Education, 2006).

Existem diferentes tipos de habilidades. Elas podem ser divididas em habilidades cognitivas (raciocínio lógico, inteligência) e não-cognitivas (motivação, perseverança, auto-estima, disciplina). Todas elas são necessárias para um bom desempenho na escola, no mercado de trabalho e na sociedade como um todo. O desempenho dos alunos nos testes de proficiência, por exemplo, é determinado tanto pelas habilidades cognitivas como pelas não-cognitivas e pelo ambiente (escola).

Investimentos em educação têm mais chances de mudar a vida das pessoas se ocorrem cedo, preferencialmente na creche e na pré-escolaMas estas habilidades são inatas ou adquiridas? Segundo Heckman, que se baseia em estudos de neurocientistas e psicólogos, a contraposição entre habilidades adquiridas e geneticamente determinadas está ultrapassada. Sabe-se hoje que tanto o ambiente como os genes atuam na formação das habilidades e que o ambiente afeta o próprio mecanismo de expressão da genética. O fator mais importante para o desenvolvimento destas habilidades parece ser o ambiente familiar. Crianças que crescem em ambientes saudáveis, com pais motivados, persistentes e preocupados com seu desenvolvimento, tendem a se destacar tanto em termos de habilidades cognitivas como não-cognitivas.

O mais importante, porém, é que essas diferentes habilidades são afetadas pelo ambiente em diferentes momentos da vida. As pesquisas mostram que as habilidades cognitivas, por exemplo, só podem ser modificadas até os 10 anos de idade. Já as habilidades não-cognitivas podem ser afetadas até o final da adolescência. Assim, existem momentos críticos na vida de uma pessoa para que ela desenvolva certos tipos de habilidades (aprender uma língua, por exemplo).

O ponto fundamental é que as habilidades formadas em diferentes estágios da vida são complementares entre si, ou seja, aquelas desenvolvidas quando se é criança são necessárias para as desenvolvidas na adolescência e aumentam a produtividade dos investimentos nesta fase. Assim, a carência de investimentos (atenção, carinho, disciplina) no início da vida faz com que os investimentos que acontecem mais tarde (escola, treinamentos) tenham uma chance de sucesso bem menor. Segundo Heckman, as pessoas que perdem a oportunidade de desenvolver certos tipos de habilidade quando crianças vão ficando cada vez mais para trás e fica cada vez mais difícil equipará-las às que tiveram atenção devida no momento certo. Por isto, as políticas públicas direcionadas para as crianças têm um impacto maior para as mais pobres, ou seja, provocam a diminuição da desigualdade. Por outro lado, os programas destinados aos jovens e adultos tendem a beneficiar mais aqueles que já acumularam determinadas habilidades, o que tende a aumentar a desigualdade.

Mas será que isto acontece também no Brasil? É possível procurar evidências para esta teoria examinando os dados do Sistema de avaliação do Ensino Básico (Saeb), que avalia o desempenho dos alunos em exames de matemática e leitura. Em primeiro lugar, fica claro que o ambiente familiar é muito importante para a proficiência, pois o desempenho dos filhos de pais mais educados e que valorizam o conhecimento é bem maior. Mas o interessante é verificar se o efeito das políticas educacionais é diferente para as crianças que não foram atendidas pela sociedade anteriormente. Vamos tomar, por exemplo, o aumento da jornada escolar, pois várias pesquisas mostram que é uma política que melhora o desempenho dos alunos. Será que seu efeito varia de acordo com a estrutura familiar e com investimentos educacionais anteriores?

Os dados mostram que sim. Para uma criança com pais mais educados, por exemplo, estudar na 4ª série numa escola pública com cinco horas-aula aumenta o seu desempenho em 25 pontos se a criança cursou a pré-escola, e em apenas 12 pontos se ela não cursou. Mas o efeito mais impressionante ocorre entre os filhos de pais menos escolarizados. Para estas crianças, estudar numa escola com jornada ampliada aumenta o seu desempenho em 17 pontos se a criança fez a pré-escola, mas não tem efeito algum se a criança só começou a estudar na primeira série. Para esta criança, que provavelmente não teve um ambiente familiar propício ao estudo e que não começou a estudar antes dos 7 anos, talvez esta política tenha chegado tarde demais.

Quais as recomendações que derivam deste acúmulo de conhecimento? Em primeiro lugar, os investimentos em políticas públicas têm maior probabilidade de mudarem a vida das pessoas se realizados o quanto antes, preferivelmente na creche e na pré-escola. Em segundo lugar, políticas que afetam a formação de habilidades não cognitivas (desenvolvimento emocional, motivação, auto-estima) têm tanta chance de dar certo como as que afetam o desenvolvimento de habilidades cognitivas. Por fim, é óbvio que devemos continuar investindo em políticas públicas para aqueles que não tiveram chance quando crianças, afinal esta é uma das únicas possibilidades de mudar suas vidas. Mas para aumentar o impacto destes investimentos, temos que destinar mais recursos públicos para as crianças.

Naércio Menezes Filho , professor de economia do IBMEC-SP e da FEA-USP e diretor de pesquisas do Instituto Futuro Brasil, escreve mensalmente às sextas-feiras.
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Conservação ambiental e pobreza são incompatíveis


A reportagem abaixo retirada da BBC de Londres demonstra algo interessante sobre o que o Brasil pode oferecer no quisito de devastação das florestas brasileiras na atual ideologia política: nada.

Obviamente que sob o rigor de impostos que beiram os 40% do PIB associado ao alto custo de produção, a devastação e a exploração de recursos ambientais tornam-se os únicos meios de se manter competitivo no mercado internacional.


É bonito ver números econômicos e crescimento superior a 5% pra mostrar para os intelectuais e o povo admirado com seu presidente operário.


Os meios para se atingir estes valores e a falta de estímulo real por parte do governo nos leva a crer as razões pelas quais o crescimento econômico, no Brasil, associa-se ao crescimento da devastação.



Amazônia teve devastação 'inédita' no fim de 2007







Governo vinha comemorando redução no ritmo de desmatamento
Imagens de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelaram que a taxa de desmatamento da Amazônia voltou a crescer nos últimos cinco meses de 2007 e atingiu um nível sem precedentes desde o início do monitoramento em tempo real, há quatro anos.
As imagens confirmaram uma devastação de 3.235 km² no período, principalmente nos meses de novembro e dezembro nos Estados do Pará, do Mato Grosso e de Rondônia.
A taxa de desmatamento pulou de 243 km², em agosto, para 974 km² em novembro e 948 km² em dezembro.
"Até hoje, nunca tínhamos detectado um desmatamento dessa magnitude nos meses de novembro e dezembro", disse o diretor-geral do Inpe, Gilberto Câmara. "Nós nunca havíamos visto isso na Amazônia."
Área maior
Devido a restrições no sistema de monitoramento usado pelo Inpe para concluir a devastação de 3.233 km², acredita-se que o desmatamento pode ser ainda maior, chegando a 7 mil km² no período – o equivalente a cerca de 700 campos de futebol.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a expansão do cultivo da soja e das áreas destinadas à pecuária e o fornecimento de árvores para as siderúrgicas de ferro-gusa podem estar por trás do aumento do desmatamento.
A ministra disse que o aumento do preço da madeira e das commodities estaria tornando o desmatamento ainda mais atraente.
"A realidade econômica desses Estados indica que essas atividades têm um impacto, sem dúvida, na floresta", disse.
O Estado do Mato Grosso foi o mais afetado pelo desmatamento, contribuindo com mais da metade da área devastada, 1.786 km².
O governo comemorou, por três anos consecutivos, a redução da devastação da Amazônia.
A devastação no período 2006/2007 havia sido de 11,2 km², menos da metade do desmatado em 2003/2004, 27,3 km².
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